sexta-feira, 2 de novembro de 2007

NO ESCOPO DA CIMEIRA ÁFRICA/EUROPA

Aqui intento fazer uma ousada e aventurada imersão pela Actualidade Nacional-Internacional gravitando em torno da Cimeira África-Europa procurando trazer a reflexão dos seus últimos contornos. É corriqueiro e sobejamente sabido que a materialização desta cimeira representará uma estratégica e capital alavanca para o incremento da cooperação político-económica e soció-cultural inter-continental entre estas duas esferas planetárias. Pressagia-se que este se constituirá num marco notável rumo a um novo cenário de relacões e cooperação internacionais em que serão assinados e ratificados vários acordos, protocolos e tratados tendentes a uma cada vez crescente aproximação e abertura no relacionamento entre os dois continentes. É como que a corroborar a corrente vulgar de que "a urina começa aqui vai até ali e depois retorna para aqui". Quer isto significar que, por um lado, temos o continente negro que comporta esmagadoramente o bloco dos paises em desenvolvimento, este que é o defraudado que ontem, hoje e quiça amanhã vem e continuará se ressentindo do saque e pilhagem de que foi vitíma sob o jugo colonial que mais não lhe resta senão continuar esticando as mãos, bem a maneira de um pedinte esmolando, só que com um estatuto diferente ao do último na medida em que pede a quem se enriqueceu através dos recursos materiais e humanos que foram a si açambarcados na maior cegueira, humilhação e escravização fisica e psicológica. É deveras interessante! Mas, continuemos; Por outro, se encontra o autor material e moral da fraude, como se de clemente e generoso se tratasse, ou talvez, almejando se redimir dos seus pecados, pois, as leis divinas coagem e aperream-no dia e noite para que aja na lógica do ditame popular segundo o qual "dar a César o que é César", o que é ético e correcto enquanto prognosticar a auto-penitência e predisposição para empreender a reviravolta. Mas, não é este o raciocínio augurado nesta minha aventura, a questão central é trazer-vos ao conhecimento e para a indagação dos seus últimos contornos. A principal e mediática clivagem circunda à volta da participação do Presidente Zimbabweano Robert Mugabe. Neste prisma, despontam basicamente dois posicionamentos antitéticos, de um lado, os pró-exclusão do Presidente Robert Mugabe da cimeira cujo precursor é o 1º Ministro Inglês Gordon Brown e que por tal condiciona a sua participação a este factor. A República Checa, a Suécia, Finlândia, Holanda e Dinamarca também se avincaram favoralmente à tese do Reino Unido. De outro lado, temos os apologistas de que o líder zimbabweano é um participante indispensável, isto é, os contra-exclusão do Presidente Zimbabweano e que por via disso também condicionam a sua presença `a participação deste líder, vozes como as dos Presidentes Guebuza e Dos Santos já o advogaram com clarividência, aliás, ao que tudo indica Mugabe não se pode queixar da falta de solidariedade e amparo na medida em que uma parte bastante significativa dos paises membros da UA já expressou a sua implacabilidade em relação ao desconvite do presidente Mugabe. O principal eixo argumentativo desta acepção que é de toda razoável e sensata reside no facto de esta não pretender ser nem erroneamente uma Cimeira Bilateral entre o Zimbabwe e a Europa, mas do continente africano no seu todo com a Europa, o que faz descarrilar a pretensão da 1ª tese, a própria presidência da CE em exercicio sob a égide de Portugal já clarificou peremptoriamente que a cimeira terá lugar apesar destes percalços. Ora, este é como se percebe um debate que poderá perdurar a avaliar pela forma arrogante e irredutível como os posicionamentos são colocados pelos seus principais protagonistas. Ao meu ver, há mais viabilidade em que as partes conflitantes se posicionem em uníssono favoravelmente a participação do Presidente Mugabe. A consertação de ideias deve procurar capitalizar esta realização para fazer paralelamente um fórum de conversações sobre os demais dossiers que divergem os dois paises e dai definirem um mecanismo de mediação fundamentados numa averiguação mais apurada e minuciosa dos aspectos em discórdia. A minha aspiração é alerta-vos para o facto de ser mais profícuo e produtivo a capitalização da presença do Presidente Mugabe nesta cimeira para a África dialogar com Mugade, a Europa com Mugabe, o Reino Unido com o Zimbabwe e como corolário destes fóruns a África e a Europa dialogarem com o Zimbabwe e o Reino Unido na busca de uma plataforma de entendimento bilateral satisfatória. É preciso considerar que o desolador e drástico cenário humanitário, fome, desemprego, revés económico, etc a que o povo zimbabweano se encontra mergulhado deve ser invertido a breve trecho sob pena de assistirmos a uma tragédia humanitária. São estas e outras inquietações para as quais gostaria de convidar-vos a debatermos sem mitos, fanatismos e paixões para no minimo darmos o nosso contributo ainda que teórico quero convencer-me de ter os assessores e conselheiros desta gente atentos as opiniões que se vão formando na esfera pública a este respeito. Encerro, por aqui, com várias pulgas e vírus no software.

Sem comentários: