terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Felicitacao

Infelizmente o ano de 2008 não foi muito produtivo para o blog, por causa dos desafios profissionais que em grande medida tomaram-me integralmente o tempo. Espero sinceramente que para o ano consiga encontrar as melhores plataformas de conciliacão das duas vertentes e voltar a proactividade bloguista. Contudo, quero aproveitar este ímpar ensejo de reencontro para enderecar-vos os meus sinceros votos de que tenham festas felizes e um 2009 coroado de exitos. Até Sempre. Khanimanbo

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

SATISFACÃO

Infelizmente por razões alheias a minha vontade não tenho podido ser um bloguista regular e proactivo. Enfim, lamento pelo facto, mas só poderei fazer a retoma assim que superar as questões prementes e compromissos nos quais me encontro envolvido. Saudacões calorosas!

segunda-feira, 17 de março de 2008

ESTILOS DE VIDA E A OCUPAÇÃO DOS TEMPOS LIVRES DOS JOVENS

Para a melhor percepção das principais variáveis do tema em epígrafe, é primordial introduzir-vos a definição e articulação interna de e entre os seus conceitos centrais, donde se realçam os de: Jovem, Estilos de Vida e Ocupação dos Tempos Livres. De acordo com a EDIJ[1], entenda-se por Jovem a todo o indivíduo moçambicano do grupo etário dos 15 aos 35 anos de idade. Este conceito está intrinsecamente ligado às condições objectivas do ambiente e do contexto histórico, sociopolítico e económico do país; Por Estilos de Vida, entenda-se a toda a amálgama de valores que se traduzem nas diferentes maneiras de agir, pensar, fazer, estar e ser decorrentes de condicionamentos socioculturais e económicos e; A Ocupação dos Tempos Livres, no caso vertente, deve ser visualizada como sendo as diferentes formas e mecanismos que os jovens empregam para preencherem activa e proactivamente, ou no sentido contrário, os momentos em que não desenvolvem as suas principais ocupações formais quer sejam de âmbito profissional, formativo e etc. Decorrente da articulação interna e lógica entre as anteriores asserções, subjaz a tese condutora desta reflexão, segundo a qual, o estilo de vida de cada jovem é o factor determinante e decisivo para a escolha e opção dos hábitos e actividades que o devem ocupar nos tempos livres. Embora os mecanismos de ocupação dos tempos livres dos jovens denotem apresentar uma lógica multifacetada e complexa de comportamentos, estes não estão imunes e desinteressados dos seus contextos socioculturais específicos. Pois, apontam sempre para o facto de sofrerem um forte condicionamento dos estilos de vida a que cada jovem está socioculturalmente moldado e conformado. O que move e dá racionalidade e plausibilidade a preocupação e indagação relativas as razões de ser das formas e mecanismos de ocupação dos tempos livres dos jovens com enfoque nos valores socioculturais que os imbuem e enformam. O esclarecimento hermenêutico do impacto dos estilos de vida para a ocupação dos tempos livres dos jovens é uma premissa sine qua non para a melhor compreensão sobre como estimular e promover as boas práticas, os hábitos de vida saudáveis e construtivos na camada juvenil, na perspectiva de se fazer o seu necessário e correcto acompanhamento, sabido que a juventude constituí indubitavelmente a força motriz do desenvolvimento social e, portanto, alicerce das sociedades porvindouras. A leitura e análise da tipologia e lógica de relação que se estabelece entre os estilos de vida e a ocupação dos tempos livres dos jovens permite, por um lado, fazer o diagnóstico dos tipos de ocupações, hábitos, actividades, costumes praticados e desenvolvidos pelos jovens na sua sociabilidade e, por via disso, se aferir de que maneira tais modus vivendi condicionam o seu desenvolvimento psicossocial. Por outro, uma vez diagnosticadas e inventariadas as formas de ocupação dos tempos livres dos jovens, torna-se factível a sua reorientação e acompanhamento no sentido de perseguirem uma filosofia e modelo de vida que se paute pela promoção e desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis e sustentáveis. O conhecimento da lógica que norteia a ocupação dos tempos livres dos jovens deve ser um desiderato que resulte de uma abordagem sinérgica e sistémica entre todas as entidades governamentais e não, com ênfase, respectivamente, para o ministério de tutela, sociedade civil e associações juvenis, que na sua primeira linha de orientação de trabalho se debatem titanicamente pelo repto do desenvolvimento harmonioso da personalidade dos jovens. Nesta esteira, a Estratégia de Desenvolvimento Integral da Juventude concebida e em implementação pelo ministério tutelar, apregoa num dos seus eixos temáticos centrais, a promoção da realização de estudos com o intuito de avaliar a situação da Juventude no país para a melhor caracterização dos problemas dos jovens. Movidos por esta assumpção e cometimento, os pelouros governativos da Juventude, Saúde, Educação e Cultura, Ciência e Tecnologia, a Sociedade Civil e as Agremiações Juvenis poderão desenvolver, por exemplo, numa plataforma intersectorial e visão multidisciplinar um trabalho investigativo visando fazer o diagnóstico e a promoção de hábitos de vida saudáveis; Nesta senda, são focalizáveis tópicos fulcrais como: a sexualidade, educação sexual, a nutrição equilibrada, a prática do desporto, actividades lúdicas, culturais, recreativas, turísticas e de lazer, as tecnologias de informação e comunicação o exercício físico regular, o combate ao alcoolismo, tabagismo, droga e outras toxicodependências, prostituição e etc. Enfim, todos estes pressupostos e premissas advogam e argumentam a pertinência e imperatividade do estudo da ocupação dos tempos livres dos jovens com vista a concepção de estratégias e políticas comprometidas com o Desenvolvimento Integral e Harmonioso da Juventude. Com efeito, as inquietações e perguntas paradigmáticas arroláveis para a operacionalizacão desta indagacão seriam, por exemplo: Demonstrar quão quantitativa e qualitativamente os estilos de vida são preponderantes e determinantes para a forma como os jovens ocupam os seus tempos livres; Discriminar e analisar o tipo de relação que se estabelece entre os estilos de vida e a ocupação dos tempos livres dos jovens; Identificar os mecanismos costumeiros e recorrentes de ocupação dos tempos livres adoptados pelos jovens na sua quotidianidade e etc. A percepção lógica e causal do impacto dos estilos de vida fundamentada na forma como é orientada a ocupação dos tempos livres dos jovens é um exercício que deve ter eficazmente presente o contexto sociocultural e espácio-temporal em que é constatável determinada forma de ocupação do tempo livre de dado agrupamento social representativo. Quer na sociedade primitiva quer na moderna, os comportamentos dos actores sociais não se apresentam como caóticos nem essencialmente do acaso, mas seguramente, espelham e reflectem o mosaico de valores socioculturais sui generis por si apropriados através dos agentes de socialização. Até na situação mais diminuta da acção individual que persegue interesses próprios e singulares, está sempre imanente no seu âmago a consciência colectiva e a exterioridade, na medida em que, o actor social orienta a sua acção tendo como sustentáculo as significações e valores sociais que a mesma comporta e com base nesta premissa sabe identificar e destrinçar o socialmente aceitável do não aceitável conseguindo deste modo a sua conformidade social. Portanto, a percepção da ocupação dos tempos livres dos jovens centrada na leitura axiológica dos estilos de vida dos mesmos, apesar de ser sempre prismática, é categoricamente um ângulo de abordagem nevrálgico para a concepção de uma verdadeira Estratégia de Desenvolvimento Integral da Juventude, que vise, acima de tudo, a consecução de um desenvolvimento sã e harmonioso da personalidade do jovem. O móbil deste posicionamento assenta na questão de que jovem do amanhã deve estar preparado para o desafio da vida sabendo orientar e encaminhar a sua vida numa visão prospectiva e holística buscando a racionalização e optimização das suas oportunidades do presente. Neste desafio, todas as forças, vectores sociais e agentes de socialização são responsáveis pelo processo da inculcação e transmissão de valores socialmente conformados visando a educação formal e informal do verdadeiro Homem do amanhã.
[1] Estratégia de Desenvolvimento Integral da Juventude, documento aprovado pelo Conselho de Ministros através da resolução nº4/96 de 20 de Março de 2007.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

POR UMA INDAGAÇÃO DO FENÓMENO DO ENCURTAMENTO DE ROTAS PELOS "CHAPA CEM"

O fenómeno do encurtamento de rotas é uma prática comum adoptada pelos principais protagonistas dos “chapa cem”, falo objectivamente dos seus motoristas e cobradores. Este fenómeno constitui-se actualmente num dos pontos inequívocos mais estridentes e nevrálgicos do debate público corrente relativamente à prestação destes serviços de transportes urbanos e interurbanos. Aliás, se se recordam, esta foi uma das questões de fundo aludida de forma vincada e vertical pela esmagadora parte de populares e citadinos maputenses como constante do seu caderno reivindicativo na sequência dos acontecimentos do 05 de Fevereiro último. O encurtamento de rotas perpetrado pelos profissionais de “chapa cem”, consiste no desvio e interrupção deliberada e voluntária do trajecto ou rota normal de transporte pelos seus praticantes. Refira-se que as rotas de transportes urbanos já se encontram oficial e formalmente estabelecidas pelos órgãos tutelares deste sector adstritos aos Municípios, cuja atribuição é feita de forma criteriosa por estes a todas entidades singulares e colectivas que reunirem os requisitos necessários para operaram nesta área de transporte público. Cada veiculo licenciado para operar nesta área é portador de uma vinheta e toda a documentação inerente para o efeito; É basicamente esta a marca identitária que nos elucida e adverte da rota a que cada meio de transporte pertence e, a partir, desta orientamos as nossas opções de transporte com vista a consecução das necessidades e objectivos do nosso quotidiano sócio-profissional. A atribuição e aceitação da rota pelo operador de transporte são as principais premissas da assumpção por este de deter as capacidades e condições primárias para desencadear normalmente a actividade. Consubstanciando melhor o meu raciocínio, o fenómeno do encurtamento de rotas significaria na vida prática, por exemplo, um munícipe que pretendesse se deslocar da Baixa da Cidade de Maputo para o Bairro de Magoanine, tomar um “chapa cem” precisamente desta rota segundo a indicação da sua vinheta, mas que os seus principais protagonistas (o motorista e o cobrador) resolvessem conscientemente transportar os passageiros até à Praça dos Combatentes no vulgo Bairro do Xiquelene. Dali a opção destes transportadores tanto poderia ser a de descarregar os passageiros para retornar à procedência, como também, uma vez efectuada a cobrança aos passageiros continuarem com o trajecto normal até ao seu ponto terminal. Até aqui, detive-me a apresentar o substrato descritivo do modus operandi deste mecanismo de transporte público por entender ser de capital relevância o pressuposto da clarificação sobre como se processa o fenómeno do encurtamento de rotas. É conceptualmente importante que uniformizemos o nosso entendimento em torno desta prática, mesmo porque este procedimento ajuda a quem o desconhece absolutamente ou , pelo menos, a quem já se deparou com relatos na comunicação social ou com populares, mas que nunca teve nenhuma experiência de vida em que este se observasse. A questão central desta reflexão, é remeter-vos para a leitura atenta e rigorosa de qual a dimensão real que a prática proliferada e persistente deste fenómeno representa para as centenas e centenas de populares e citadinos maputenses que recorrem a este serviço de transporte público como meio básico para a realização e concretização das suas deslocações diárias para às escolas, postos de trabalho, zonas de habitação, unidades sanitárias, zona comercial, de entretenimento e de lazer e etc. Em conversa informal com um utente deste serviço público, este não desperdiçou o ensejo para vociferar o seu infortúnio dado ao facto de ter actualmente a necessidade diária de fazer ligações de “chapa cem” por causa do encurtamento de rotas incorrendo, deste modo, a uma duplicação de esforço financeiro; Enfatizou ter um encargo financeiro de transporte diário de Oitenta mil meticais decorrente das suas deslocações para o posto de trabalho e de seus dois filhos para as suas respectivas escolas, contra os anteriores sessenta mil meticais a serem suportados numa situação de observância e respeito do trajecto normal da sua rota de transporte. Enquanto citadino maputense e utente deste serviço público, observo com interesse no meu dia-a-dia situações concretas de infringimento desta postura municipal relativa à área dos transportes públicos. Testemunho, amiúde, depoimentos espontâneos e voluntários de populares e munícipes desgastados lamuriando por uma mão invisível ou solução mágica para esta inquestionável patologia social protagonizada pelos operadores de “chapa cem”. O fenómeno do encurtamento de rotas assume actualmente proporcões de um verdadeiro dilema social avaliando, a partir, dos efeitos perversos que acarreta na vida social dos munícipes que desembocam no encarecimento profundo e desenfreado do custo de vida dos mesmos. Para corroborar o meu pensamento, sustento-me de alguns depoimentos de citadinos que retratam o cenário de forma crassa e desesperada asseverando claramente que tudo o que fazem, ganham e produzem da sua labuta é para custear as despesas decorrentes dos transportes públicos. Aliás, sem pretender fazer nenhuma incitação à demagogias eleitoralistas, mas para efeitos de marketing e campanha eleitoral, devo referir, que o tópico encurtamento de rotas é um ponto elegível para constar do cardápio do manifesto eleitoral dos futuros candidatos a autarcas; Façam fé que se se propuserem a estancar e exterminar este mal social terão neste um mecanismo eficaz de aliciamento para granjearem a simpatia de uma maioria significativa de eleitores desafortunados que vivem na pele, coração e mente a nocividade diária deste fenómeno. Portanto, por estas razões manifestas e outras latentes, fica de forma indubitável decifrado o diagnóstico de que de facto esta prática onera e fustiga sobremaneira a vida dos munícipes. Esta constatação suscita-me duas outras inquietações: De um lado, a questão da aferição causal das principais razões e factores que explicam o enveredamento pelos operadores de “chapa cem” por esta incorrecta aplicação da postura municipal atinente ao sector dos transportes públicos urbanos; De outro, a da busca de caminhos consentâneos para encontrar uma plataforma comum e aglutinadora dos interesses de todas as partes implicadas neste dilema social para que o mesmo seja debelado e ultrapassado. No que concerne a primeira questão, foi possível discernir alguns elementos úteis e pertinentes para a melhor percepção das motivações que levam os motoristas e os cobradores de “chapa cem” a se pautarem por esta prática, com base na averiguação dos depoimentos e relatos de populares. Igualmente, importa ressaltar, nestes serviços de transportes públicos, o status adquirido pela figura do cobrador, que é o de detentor de maior “capital simbólico” influenciando e dominando em grande medida as relações de poder entre este e o motorista, dado que possuí a prerrogativa de poder determinar se se opta ou não pela observância do trajecto normal da rota e, relativamente aos utentes, é o actor que dá a cara e lida directamente com os passageiros, perpetrando cenas de confrontação, desrespeito e afronta cívico-moral para com os mesmos; Os cobradores agindo em conluio com os seus pares motoristas, conseguiram forjar no seio dos passageiros uma reputação de todos poderosos, de violentos, marginais e agressivos; Uma figura metaforicamente endeusada pelos munícipes, a si se deve venerar, adorar, sujeitar, aturar e etc. De acordo com as minhas conjecturas fundamentadas na análise minuciosa e criteriosa dos relatos populares e de citadinos maputenses, os potenciais factores que movem a estes operadores a encetarem esta prática podem ser: A tão aspirada e augurada receita do dia estabelecida pelos proprietários das viaturas; Aliado ao anterior factor, temos o que tem a ver com o oportunismo e ganância do motorista e do cobrador de também desejarem fazer a sua receita para fins meramente pessoais; A possível inoperância e ineficácia das entidades de fiscalização e supervisão dos meios de transportes públicos urbanos tutelados pelos órgãos municipais e pela própria associação dos transportadores; A possível ineficiência autoridades policiais de ordem e segurança públicas que trabalham na área da regulação do trânsito rodoviário urbano; Aliás, recorrendo ao conteúdo das “acusações mutuas” entre os “chapistas” e os utentes, estes últimos foram categóricos em imputar a responsabilidade por este fenómeno aos próprios órgãos e autoridades com atribuições e competências para salvaguardarem o bom exercício da actividade dos transportes públicos. Segundo os utentes, as autoridades municipais e os agentes policiais saem a ganhar com estes desmandos dos “chapa cem”, na medida em que como forma de os ilibarem recebem destes subornos em valores monetários; O último factor que é extremamente decisivo para a prática do encurtamento de rotas é a indiscutível indiferença e passividade que tipifica os utentes devido ao seu fraco poder de negociação e de escolha que os sujeita à condição de meros espectadores e injustiçados por esta gente, sem nada poderem fazer para contrariar este ciclo vicioso de desregramento e inobservância das rotas de transportes legalmente estabelecidas. Subjacente à precedente inquietação, ocorre-me uma segunda, que se prende com a busca de propostas e sugestões de caminhos a seguir com vista à solução deste fenómeno que se assume como um autêntico dilema social. Com este propósito, compulsando as motivações que estão na origem deste virulento incumprimento da postura municipal aprovada e vigente, vislumbro uma frente de trabalho a ser conduzida em três principais eixos: 1) O eixo institucional, aqui é preciso que os órgãos competentes fortifiquem a sua actuação em termos de capacidades humanas e materiais, que se faça a necessária disseminação do quadro normativo e legal que rege as posturas municipais correctas para que o mesmo seja obrigatoriamente cumprido; Que haja uma maior responsabilização das autoridades municipais e agentes policiais nas condutas que tomam no seu exercício laboral e, que sobretudo, lhes sejam pedagogicamente difundidas as boas práticas das relações públicas em prol de um serviço público mais prestativo, são e harmonioso; Que se reforcem os aparatos humanos e materiais de fiscalização e supervisão do cumprimento das leis; 2) Na segunda vertente, há um trabalho de educação cívica e de sensibilização tendo como alvo os protagonistas deste serviço público no sentido de começarem a adoptar uma conduta correcta e com civismo respeitando as formas de se estar e ser elementares em qualquer sociedade que se preze, tendo sempre patente o conceito de serviço público; Encontrar mecanismos para abortar a relação dicotómica entre os utentes e os “chapistas” e, destes com as autoridades e órgãos desta jurisdição; Neste prisma, é crucial o papel a ser desencadeado pela Sociedade Civil e pelos proprietários destes meios de transportes; E, 3) No último eixo, centrado nos utentes enquanto parte integrante da Sociedade Civil, estes devem ter a preocupação de aprimorarem os seus mecanismos de participação política na vida do Município; Devem ser conhecedores dos seus direitos e obrigações para que sejam cada vez mais conscientes, interventivos, participativos e proactivos; Devem se pautar por uma cultura de informação e deterem consigo o princípio de denúncia popular e às autoridades de tutela e da sensibilização cívica dos infractores e prevaricadores dos direitos e obrigações civis e municipais; Devem melhorar os seus mecanismos de relacionamento e de diálogo com as autoridades e instituições públicas e concidadãos primando sempre pela busca de soluções mais salutares e harmoniosas para o bem-estar da colectividade. Enfim, tenho para mim que a inquirição de qualquer questão que seja é sempre um exercício de interpelação aos visados que nos ajuda a perceber, explicar e clarificar melhor os fenómenos e, acima de tudo, chama atenção e responsabiliza aos principais intervenientes e implicados no assunto para que ajam em tempo útil. Neste contexto, estou convicto de ter podido deixar a minha singela leitura.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

MANIFESTAÇÃO POPULAR EM MAPUTO

Os citadinos maputentes estão agastados e desesperados com a elevação persistente do custo de vida na Capital moçambicana. Em menos de duas semanas contadas desde o início da 2ª quinzena de Janeiro registou-se o agravamento sucessivo dos preços do pão, combustíveis e recentemente da tarifa dos transportes públicos urbanos. Com efeito, uma parte representativa de populares decidiu encetar barricadas nas principais vias e rotas de circulação destes meios de transportes para manifestar a sua revolta contra esta decisão do agravamento da tarifa dos transportes públicos, gerada através de uma negociação e concertação entre o sector governativo de tutela e os operadores de transportes públicos. Refira-se que a nova tarifa de transporte semi-colectivos entrou hoje (05 de Fevereiro de 2008) em vigor. Por um lado, estabelece o preço de 7,50 MT contra os anteriores 5,00MT por passageiro a uma distância inferior ou igual a 5km; Por outro, o preço de 10,00 MT contra os anteriores 7,50 MT por passageiro a uma distância superior a 9km. Igualmente foi agravada a tarifa dos Transportes Públicos de Maputo passando de 4,50 MT para 5,00MT por passageiro. É preciso realçar que os transportes semi-colectivos constituem o principal e indispensável meio de transporte da esmagadora maioria dos citadinos maputenses independemente do seu status social, cultural e económico.
Enfim, era previsível esta reacção avaliando a partir dos relatos populares que se vão testemunhando por ali e acolá, que em uníssono descortinam o repúdio e descontentamento categórico dos citadinos por esta tendência desenfreada de subida geral dos preços que dilacera e encarrece vertiginosamente a vida dos munícipes.
Fica o registo desta ocorrência e aguardemos para que em tempo útil e real possamos radiografar os contornos desta manifestação popular de forma mais circunstanciada e minuciosa.
Neste contexto, vai o apelo cívico e patriótico para que não se enverede pela vitimização de vidas humanas e vandalização de infra-estruturas socioeconómicas.